- CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES.
Chegou até minhas mãos artigo jornalístico escrito pelo Profº Moezio de Vasconcelos Costa Santos, intitulado “..Tu es Petrus, et super hanc petram aedificabo ecclesiam mean...” publicado no mês de maio/2007 em tablóide mensal denominado O Apóstolo (veículo de comunicação de orientação cristã-católica mantido pela Diocese do Penedo), em razão da visita de Bento XVI ao Brasil.
A pedido do próprio articulista, meu consórcio da Academia Penedense de Letras, debruço-me sobre o texto publicado no intuito de tecer algumas considerações, labor que, diga-se de passagem, muito me alegra, porquanto o artigo, ora enfocado, se enveredou por caminhos que tenho curiosidade de percorrer, pois sou confesso quanto ao meu fascínio pela teologia, embora com ela ainda não me tenha enlaçado. Assim sendo, considero a minha aceitação para exercer a presente crítica como uma atitude exageradamente atrevida, mas, ao mesmo tempo, consentânea com o meu entusiasmo, pois que também exagerado, de modo que entre a ousadia e a negativa de aplacar o meu afã de discorrer sobre o tema mencionado, preferi a intrepidez à abstenção.
O artigo é bastante didático, escrito com a facilidade de quem dorme com os livros. O estilo elegante torna o texto prazeroso de ler, sendo tudo isso fruto do acúmulo de leituras transversalizadas, haja vista a polivalência do articulista que permeia pela filosofia, teologia e pelas ciências jurídicas há algumas décadas, onde a sala de aula e a pesquisa têm sido, praticamente, o seu habitat mais propício.
A veia de Professor se revela no curso de todo artigo, não só pelos pequenos apanhados históricos (compatíveis com o fôlego do artigo que já foi extenso para o tamanho do jornal), mas, também, pela forma como foi desenvolvido, uma vez que o itinerário percorrido pelo artigo não foi aleatório, ao estilo braim storm, mas, sim, fiado numa trama didática, situando o leitor acerca do que se quis dizer. Em outras palavras, o Professor Moézio situou o leitor em relação ao papado, à sua consolidação no decorrer da história, do seu significado e a sua interpretação sobre o que representa a viagem ao Brasil do mandatário do Vaticano (englobando aí os objetivos diplomáticos perseguidos por Bento XVI).
Dessa forma, detectamos no texto o seguinte itinerário: A origem do papado; o seu fundamento; a posição cronológica do atual mandatário do Vaticano; a sua eleição; o seu perfil (pensamento teológico) e possível comportamento em relação a determinados temas polêmicos (aborto e células tronco) e não tão polêmicos, tal como o lidar com o jovem e com as demais religiões, cristãs ou não; defesa do estudo do latim (língua oficial do mundo católico); os títulos papais; intenção papal de promover o ecumenismo em relação à igreja ortodoxa e às igrejas reformadas, bem como a tolerância e o respeito no que tange ás religiões não cristãs; a missão política e a missão religiosa do Papa; o dogma da infalibilidade papal; e, por fim, os compromissos que o Papa terá ao chegar ao Brasil, dentre eles, a canonização de Frei Galvão.
Embora este tenha sido o itinerário do artigo, para a nossa análise não seguiremos, necessariamente, esta ordem, ademais, para sermos mais práticos, condensamos os pontos visitados pelo autor e os renomeamos, de modo que foram, um a um, desenvolvidos, uns mais, outros menos, conforme o nosso arbítrio. Nessa esteira, temos que os temas suscitados no artigo do Profº Moézio, basicamente, são: a) a ascendência de Pedro sobre os demais apóstolos, de modo que ele teria uma autoridade espiritual outorgada por Cristo para apascentar o seu rebanho, conforme o próprio título do artigo sugere; b) a sucessão apostólica que teria sido iniciada por esse apóstolo; c) o perfil do pontificado de Bento XVI, tanto no que tange ao relacionamento com as demais denominações cristãs (ecumenismo) ou não, como, também, quanto a temas ligados a descobertas científicas, mormente questões de bioética, aborto e liberalismo sexual; d) o primado salvífico da igreja católica; e) infalibilidade papal; f) beatificação e canonização dos chamados santos católicos; g) e a interseção desses santos junto ao Criador.
Afora o primado de Pedro, a questão da sucessão apostólica, o estudo do latim e a questão envolvendo o início da vida, não há, no artigo, apologia aos demais temas suscitados, mas, tão somente, uma menção, e isto se deu, acreditamos, por dois motivos: primeiro, porque não era naquele espaço o ambiente próprio para tal atitude, haja vista o fôlego de que dispõe um tablóide, sendo absolutamente inoportuna uma análise percuciente do ponto de vista político-teológico; segundo, porque são temas consolidados dentro do catolicismo, não precisando de maiores explicações, até mesmo porque “O Apóstolo” é um jornal católico veiculado numa cidade de maioria católica. Contudo, mesmo havendo apenas as referidas menções, tomamos a liberdade de desenvolver alguns dos temas mencionados, aproveitando o espaço que, no nosso caso, é bem maior do que aquele onde foi escrito o artigo aqui criticado, sendo que, na maioria das vezes, apresentaremos uma visão antagônica à orientação romana defendida pelo eminente Professor. Todavia, em relação aos temas constantes das letras “e”, “f” e “g”, embora, como dito acima, tenhamos uma percepção antípoda à do Profº Moézio de Vasconcelos (pois nos alinhamos à doutrina cristã reformada) não serão alvos da nossa abordagem, por dois motivos: o primeiro, porque se trata de dogmas defendidos pela Igreja Católica, cujos fundamentos transcendem as Escrituras, desalinhando-se ao sola scriptura (somente as Escrituras), o que tornaria esta análise prolixa; e o segundo, porque não é o objetivo da presente crítica fazer uma apologia da igreja reformada em relação ao catolicismo romano. Desse modo, a nossa análise se prenderá precipuamente a alguns aspectos históricos sem, contudo, pretender ter a última palavra, mas, tão somente, uma palavra divergente.
Por fim, não posso deixar de advertir o leitor que a minha abordagem levará consigo toda uma carga teísta-cristã, de modo que minhas confrontações não utilizarão outra fonte que não o Velho e o Novo Testamento, pressuposto que é conditio sine qua non para o desenvolvimento da presente crítica.
Passemos à análise.
- DAS IDEIAS QUE AFLORAM DO TEXTO
Comecemos pelo título, donde estarão englobadas as letras “a” e “b” acima referidas.
“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. Esta é uma afirmativa de grande força e poder e, além de ser uma promessa para todos os cristãos no sentido de serem partícipes da igreja de Cristo, tem sido utilizada pelo Vaticano para fundamentar a ascensão de Pedro em relação aos demais apóstolos, bem como tem sido utilizada para fundamentar a criação da figura do Papa como líder espiritual de toda cristandade, uma vez que Pedro teria sido o primeiro Papa diante de tal declaração.
É uma passagem, sem dúvida, que requer muita atenção, por dois motivos principais: primeiramente, não é citada no Evangelho de Marcos a parte que diz “e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, fato que tem um importante significado, como veremos adiante; e em segundo lugar, porque há uma confusão entre as palavras Cefas (Kephas) e petra, pois como será demonstrado têm significados diferentes.
Entretanto, em primeiro lugar, perguntamos: por que é que o fato de esta passagem não ser mencionada no evangelho de Marcos (o de Lucas também não menciona) tem grande importância para melhor compreendê-la? Vejamos. Marcos, por muito tempo, foi companheiro de Pedro (I Pe 5.13) e segundo Eusébio, foi deste que Marcos coletou suas informações para redigir seu evangelho, assim sendo, é absolutamente estupefaciente que se Pedro entendesse ser ele mesmo a pedra-fundamento da igreja, isto não tivesse sido anotado por Marcos. É óbvio que tal fato, pela magnitude que representaria, deveria ter sido registrado, contudo, o evangelista que esteve mais próximo de Pedro não tem do apóstolo qualquer informação sobre ser este a pedra que sustentaria a igreja de Cristo. (MARTINEZ; e DA SILVA)
Apenas para lembrar, todas as vezes que a Bíblia se refere a pedra em sentido espiritual, a pedra se confunde sempre com Deus. No livro do profeta Isaias, o Messias já era anunciado como a pedra de esquina (Is. 28:16):
“Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já aprovada, pedra preciosa de esquina que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse”.
O próprio Jesus afirmou ser ele mesmo essa Pedra, Mateus 21:42,44:
Diz-lhe Jesus: nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isso e é maravilhoso aos nossos olhos?”
Essa indagação de Jesus teve por fundamento o salmo 118:22 que diz: “A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a cabeça da esquina”.
Entendemos que a Igreja de Jesus não poderia ser construída sobre homem algum, pois que falho e pecador todos nós somos, mas, sim, edificada sobre o próprio Cristo que é o cabeça da Igreja e o único perfeito com poder suficiente para derrotar o inferno e todas as suas potestades.
Observe o que teólogo e historiador católico Peter De Rosa, citado por MARTINEZ e DA SILVA, diz acerca deste assunto:
Ouvir que os grandes pais da igreja não viam conexão alguma entre essa passagem (Mateus 16:18) e o papa é algo que pode abalá-los. Nenhum deles aplica ‘Tu és Pedro’ a qualquer pessoa, exceto a Pedro. Um após o outro, eles analisam: Cipriano, Origenes, Cirilo, Hilário, Jerônimo, Ambrósio, Agostinho. Eles não são exatamente protestantes. Nenhum deles chama o bispo de Roma de uma pedra ou aplica a ele especificamente a promessa das chaves. Isso é assustador para os católicos… As surpresas não param por aí. Para os pais, é a fé de Pedro — ou o Senhor em quem Pedro tem fé — que é chamado de a pedra, não Pedro.” [Vicars of Christ (Vigários de Cristo), De Rosa, 24].
Outro fato que merece destaque é a confusão feita entre os termos Kephas (ou Cefas) e Petra, ou entre Petros e Petra. Na passagem em comento Jesus se refere a Pedro como Kephas, o que não se confunde com o termo petra designativo de pedra. Ora, Kephas é o nome de Pedro, pois conforme João 1:42: “(…) Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)”, de modo que para Pedro ser a pedra em que a igreja seria construída, seria necessário que na passagem sob comento Jesus dissesse: “Tu és Kephas e sobre esta Kephas edificarei a minha igreja”, ou “tu és Pedro e sobre este Pedro edificarei a minha igreja”, o que não ocorre. O Petros (de “tu és Petros”) significa pedregulho, e petra (de “sobre esta pedra”) significa rochedo, algo inabalável. Realmente fica claro que foi sobre a confissão de que Ele (Jesus) era o Filho de Deus que a igreja seria edificada, e não sobre quem fez a confissão. Lembremos que esta pergunta foi feita a todos os apóstolos que ali estavam, e não a Pedro especificamente, embora a resposta tenha sido a ele revelada. (MARTINEZ; e DA SILVA)
Vejamos a questão por outro ângulo. Observe-se a resposta de Jesus: “(…) E eu te digo que tu és Pedro (apenas) e sobre esta pedra (= a sua confissão) edificarei a minha igreja (os parênteses são nossos). O comentário de Jesus, sem dúvida, se dá por conta da confissão de Pedro, é sobre ela que Jesus se refere ao dizer “sobre esta pedra” e isto porque quem nela crê (que Jesus é o Cristo Filho do Deus vivo”), terá a vida eterna.
Lembremos, também, que o nome do apóstolo não foi mudado como aconteceu com a mudança de Abrão para Abraão, ou de Sarai para Sara. Quando tal mudança acontecia, o velho nome não era mais mencionado, o que não é o caso de Pedro, pois que seu nome foi apenas acrescentado como bem atesta Lucas: “agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro” (Atos 10:5,18,32 – 11:13). E ainda que tivesse sido mudado, definitivamente Cefas é Cefas e petra é petra, distintos, portanto.
Por fim, o significado de “Petros” e “Petra” é consonante com o contexto doutrinário e teológico do N.T. conforme demonstram o historiador MARTINEZ e o teólogo DA SILVA, anteriormente citados:
Sendo “Petros” um fragmento tirado da grande rocha, há de se ver uma conotação com todos os cristãos como petros, e isto é descrito pelo próprio Pedro: “vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual…” I Pedro 2:5 (ênfase acrescentada). Por sua vez todas elas estão edificadas sobre a grande Petra que é Jesus Efésios 2.20. Agora compare estes dois versos: “E quem cair sobre ESTA PEDRA será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó…” “E eu te digo que tu és Pedro, e sobre ESTA PEDRA edificarei a minha Igreja…” (ênfase acrescentada). Indubitavelmente, na primeira e na segunda sentença Jesus é a pedra.
O próprio articulista, o Profº Moézio de Vasconcelos, menciona uma passagem em que esse grande apóstolo Pedro, momentos depois de ter sido instrumento do Espírito Santo ao fazer a confissão de que Jesus é o Cristo Filho do Deus vivo, foi influenciado por Satanás no intuito de dissuadir Jesus acerca de sua obra salvífica, sem falar que mais à frente, este apóstolo, como todos sabem, veio a negar Cristo por três vezes. Tais episódios demonstram, claramente, que Pedro, assim como todos os homens, foi falho e carecia da misericórdia divina. Aliás, está escrito que “todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus”.
No que tange a outra passagem citada pelo articulista: “E eu te darei as chaves do Reino dos Céus. E tudo que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e tudo que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus”, também merece muita atenção. Nesse sentido, peço vênia para citar um trecho um tanto longo de um artigo dos críticos acima mencionados:
Conquanto sabemos ser a chave outorgada realmente a Pedro para “abrir” e “fechar”, no entanto cabe salientar que foram as chaves do Reino do Céu e não da Igreja que foram dadas…e Reino do Céu não é a Igreja! O uso dessas chaves estavam antes nas mãos dos fariseus (cf. Lucas 11:52). Essas chaves representam a propagação do evangelho de arrependimento de pecados, pelo qual todos os cristãos, e não Pedro apenas, podem abrir as portas dos céus para os pecadores que desejam ser salvos. Tanto é, que em Mateus 18:18 Jesus a confia aos demais apóstolos; Pedro, portanto, foi o primeiro a usá-la em Pentecostes, onde quase três mil almas foram salvas, depois, a usou para pregar ao primeiro gentio Cornélio. É esta a chave que abre a porta, não é prerrogativa exclusiva do hierarca católico. Ninguém tem poder de monopolizá-la como querem os Católicos Romanos.
Certo site Ortodoxo comentando sobre o assunto em lide, disse com muita propriedade: “Para a Igreja una e indivisa a interpretação desta passagem do Evangelho é toda outra. Como disse Orígenes (fonte comum da Tradição patrística da exêgese), Jesus responde com estas palavras à confissão de Pedro: este torna-se a pedra sobre a qual será fundada a Igreja porque exprimiu a Fé verdadeira na divindade de Cristo. E Orígenes comenta: “Se nós dissermos também: ‘Tu és o Cristo, Filho de Deus Vivo’, então tornamo-nos também Pedro (…) porque quem quer que seja que se una a Cristo torna-se pedra. Cristo daria as chaves do Reino apenas a Pedro, enquanto as outras pessoas abençoadas não as poderiam receber?”. Pedro é, então, o primeiro “crente” e se os outros o quiserem seguir podem “imitar” Pedro e receber também as mesmas chaves.
Diante de tais ponderações, divergimos da assertiva feita pelo Profº Moézio de Vasconcelos acerca de que no momento em que Jesus dá as chaves dos Céus a Pedro inicia-se ali a sucessão apostólica. Aliás, como veremos adiante, entendemos não haver qualquer fundamento bíblico ou histórico para a figura do “Papa”, o que nos remete a infirmar, também, a existência de qualquer sucessão apostólica que se tenha iniciado com Pedro.
Analisando as Escrituras, seria forçoso reconhecer qualquer passagem que demonstrasse haver alguma autoridade espiritual de Pedro sobre qualquer outro apóstolo. Ao contrário, fica bastante claro que Pedro jamais aceitaria um posto que significasse proeminência, fastígio ou qualquer outra distinção. Lembremos do caso de Cornélio, o primeiro gentio convertido. Por conta da conversão ocorrida com este romano, Pedro teve de dar explicações aos demais apóstolos, pois com Cornélio, um gentio, Pedro se misturou e fez refeição. Se houvesse alguma superioridade espiritual de Pedro sobre os demais, tais explicações seriam desnecessárias.
Aliás, a respeito de qualquer superioridade de um sobre o outro apóstolo Jesus se manifestou de forma categórica rechaçando esse tipo de idéia. Faço, ainda, uso das palavras dos multicitados autores MARTINEZ e DA SILVA:
Certa feita tal idéia foi sugerida ao mestre (Mateus 20:18-27) que no mesmo instante a rechaçou dizendo: “…Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles.Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo;…” (ênfase acrescentada). Noutra feita essa questão foi novamente levantada. (cf. Lucas 22:24) Veja que se os apóstolos tivessem cientes desta utópica promessa, de maneira alguma teriam levantado esta questão e o próprio pescador Galileu, ou mesmo Jesus, haveriam de esclarecer-lhes o primado de Simão Pedro sobre eles, a recordar a alegada promessa em Mateus 16:18. Mas não o fez, simplesmente por não existir.
O próprio Pedro desfaz essa lenda ao dizer que: “ninguém tenha DOMÍNIO sobre o rebanho…” (cf. I Pd. 5:1-3) Não se pode ver aí nenhum vestígio de superioridade, supremacia ou destaque sobre os demais, pois ele mesmo se igualava aos outros dizendo: “…que sou também presbítero com eles…” Pedro jamais mandou! Pelo contrário, foi mandado e obedeceu (Atos 8:14), fazendo jus às palavras de Jesus “Não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.” (Jo. 13:16)
Mais adiante, falando acerca da Patrística, (que são os escritos dos cristãos primitivos), os autores afirmam que ainda ela não robustece a pretensão do Vaticano:
Dos inúmeros “pais da Igreja”, somente 77 opinaram a respeito do assunto de Mateus 16:18, sendo que 44 reconheceram ser a fé de Pedro a rocha. 16 deles julgaram ser o próprio Cristo e somente 17 concordaram com a tese vaticana. Nenhum deles afirmavam a infalibilidade de Pedro e tão pouco o tinham como papa. Exemplo disso é S. Agostinho que em seu Livro I, Capítulo 21 das Retratações (Livro escrito no fim da sua vida, para retratar-se de seus escritos anteriores) expressamente afirma que sempre, salvo uma vez, ele havia explicado as palavras Sobre esta pedra – não como se referissem à pessoa de Pedro, mas sim a Cristo, cuja Divindade Pedro havia reconhecido e proclamado.
Superado este ponto, partamos para outra argumentação que, entretanto, guarda relação, ainda, com a questão da sucessão apostólica.
Em determinado trecho do artigo, o Professor Moézio de Vasconcelos afirma que: “Nos primórdios da Igreja, os sucessores de Pedro eram chamados apenas Bispos de Roma”. Tal afirmativa nos remeterá a uma outra discussão histórica: teria sido Pedro o fundador da Igreja de Roma e, portanto, o seu primeiro bispo? Ou, ainda, teria Pedro estado em Roma?
Sobre o fato de Pedro ter sido o fundador da Igreja de Roma a Bíblia nada fala. Ao contrário, se formos buscar nas entrelinhas algo sobre o assunto, encontraremos indícios contrários a essa idéia. Para entendermos esse impasse, vejamos, primeiramente, em breves linhas, como era a comunidade cristã primordial, como se organizava e como se dava a administração das igrejas.
Em excelente livro sobre a História da Igreja Cristã, Robert Hastings Nichols (2004) assim afirma sobre o assunto:
As igrejas primitivas eram independentes, com governo próprio que decidia sobre todos os seus negócios e problemas. Os cristãos insistentemente afirmavam que pertenciam à Única Igreja Universal, pois todos eram um em Cristo, mas nenhuma organização de caráter geral exercia controle sobre as inúmeras igrejas espalhadas por toda parte. Os primeiros apóstolos eram reverenciados, em virtude do contato que tiveram com Cristo, e exerciam certa autoridade, como pode ser deduzido da decisão tomada quanto aos cristãos gentios e a lei judaica, como se vê no capítulo 15 de Atos. Paulo exercia autoridade em virtude de sua posição de apóstolo e de seu trabalho extraordinário. Mas a autoridade desses homens não derivava do seu cargo, nem se expressava numa organização formal.
O Novo testamento fala de oficiais que se ocupavam do ministério da pregação e do ensino. São conhecidos como apóstolos, profetas e mestres. O nome de “apóstolo” não era restrito aos companheiros de Jesus, mas pertencia também a outros pioneiros do Evangelho que levavam as boas-novas aos novos campos. (…) Todos esses exerciam seus ofícios não pela indicação de qualquer autoridade, mas porque revelavam estar habilitados para esses cargos pelos dons do Espírito Santo.
O Novo Testamento fala de outro tipo de ministério que dizia respeito aos negócios das congregações. Sobre isso não sabemos muita coisa. Parece que não havia nenhum modelo de organização para todas as igrejas, mas estas agiam livre e independentemente, e seus métodos diferiam. Em algumas igrejas fundadas por Paulo havia dois grupos oficiais: os anciãos ou presbíteros, também chamados bispos, que eram superintendentes; outro grupo era de diáconos. Os anciãos ou bispos tinham o encargo do pastorado, da disciplina e dos negócios econômicos.
Consoante ensina Nichols, não havia qualquer organização centralizante que fosse comandada por alguém, ao contrário, as igrejas eram independentes e os bispos podiam ser várias pessoas que estivessem aptas para o cargo, não havendo um bispo mais importante que outro, por conta mesmo da independência aqui falada, o que torna a questão da sucessão papal estranha aos primórdios da igreja cristã.
Contudo, aos poucos, as funções eclesiásticas foram ganhando distinção em relação ao leigo, e isso se deu no século II, como nos mostra NICHOLS (2004):
Durante esses séculos aconteceram várias mudanças na atitude do ministério. A distinção entre um clérigo e um leigo, desconhecida no século 1º, foi aparecendo gradualmente. Bispos, presbíteros e diáconos eram separados, distintos, na posição que ocupavam, dos demais membros das igrejas. (…) No ano de 251 a igreja de Roma, a maior das igrejas tinha mais de 150 clérigos de várias categorias.
Mesmo com essa mudança, podemos perceber que ainda não há qualquer força centralizante, qualquer poder ou burocracia instalada que administrasse um rebanho composto por várias igrejas. Isso só se dará quando da criação do movimento católico, já no 3º quartel do séc. II.
Em face da independência que havia entre as igrejas, faltava uma certa homogeneidade entre elas, o que se podia perceber, por exemplo, no concernente aos livros inspirados do Novo Testamento que eram adotados por cada uma, ou mesmo em relação à forma como cada igreja era administrada. Assim sendo, a fim de tornar uniforme alguns aspectos da rotina e do credo, já que também alguns ventos de doutrina estranha já começavam a contaminar algumas igrejas (como o gnosticismo), foi criado o movimento católico, que iria cumprir o seu objetivo formando associações de igrejas unidas por meio de um acordo formal em que três aspectos deveriam ser respeitados por todos os membros:
“As igrejas que faziam parte da associação chamada “católica” eram unidas, em primeiro lugar, por terem uma só forma de governo, isto é, bispos, presbíteros, diáconos; segundo, pela adoção de um só credo, substancialmente o Credo dos Apóstolos; terceiro, por todas reconhecerem e receberem uma só coleção de livros do Novo Testamento.”(NICHOLS:2004)
Apesar da uniformização pretendida pelo movimento católico, ainda não havia surgido um governo geral da igreja. Tudo era resolvido por meio de sínodos ou reuniões de bispos, entretanto, uma discussão foi travada entre os líderes acerca da idéia de unidade da Igreja: que a unidade repousava na concordância das percepções dos bispos. A outra foi que a unidade consistia na aceitação da autoridade de um bispo, o bispo de Roma. Sendo a igreja da capital do império a maior e mais rica de todas as igrejas, naturalmente ela cresceu em poder e influência. A partir do século 2º, os bispos de Roma começaram a reivindicar a autoridade geral. Um século mais tarde essa liderança já tinha sido reconhecida no ocidente, não, porém, no oriente.
Quanto ao surgimento do papado, vale a pena o trecho do historiador MARTINEZ:
O Sistema Católico Romano começou a tomar forma quando o Imperador Constantino, convertido ao Cristianismo presidiu o l.o Concílio das Igrejas no ano 313. No Século IV construíram a primeira basílica em Roma.
As Igrejas eram livres, mas começaram a perder autonomia com Inocêncio I, ano 402 que, dizendo-se “Governante das Igrejas de Deus exigia que todas as controvérsias fossem levadas a ele.”Leão I, ano 440, aumentou sua autoridade; alguns historiadores viram nele o primeiro papa. Naqueles tempos ninguém supunha que “S. Pedro foi papa”, fora casado e não teve ambições temporais.
O poder dos pretensos papas cresceu ainda mais quando o Imperador Romano Valentiniano III, ano 445, bajulado, reconheceu oficialmente a pretensão do papa de exercer autoridade sobre as Igrejas. O papado surgiu das ruínas do Império Romano desintegrado no ano 476, herdando dele o autoritarismo e o latim como língua, embora o primeiro papa, oficialmente falando, foi Gregório no ano 600 d.C.
Ora, é tão estranha às Escrituras e mesmo à história da igreja primitiva cristã a instituição do papado, quanto o fato de que Pedro teria sido o primeiro bispo de Roma e que ele teria fundado esta igreja. Para esclarecer essa questão, utilizamos algumas perguntas encontradas num site de apologia reformada. De fato, elas são suficientes para sentenciar sobre este tema, senão vejamos:
- Se Pedro esteve em Roma, então por que a Bíblia não diz nada sobre isto, já que menciona muitas cidades por onde passou como Jerusalém, Samaria, Lida, Jope, Cesaréia, Coríntios, Antioquia… mas sobre Roma no entanto, não diz nada?!
2 Porque Lucas “o historiador” não se preocupou em registrar nada sobre o “príncipe dos apóstolos” e seu episcopado em Roma, pelo contrário voltando-se quase exclusivamente ao ministério de Paulo?
- Paulo escreveu sua epistola aos Romanos (56-58) enviando saudações a 26 pessoas, mas o nome do “São Pedro” se quer é mencionado. Porventura deixaria Paulo de mencionar Pedro, caso estivesse ele em Roma e aí fosse bispo? Outrossim, Paulo ao enviar as “cartas do cativeiro”, escritas em Roma envia saudações citando nominalmente 11 irmãos. Se Pedro estivesse em Roma teria Paulo omitido seu nome em todas as quatro cartas?
- Demais disso, não teria Paulo invadido o território jurisdicional de Pedro ao enviar uma carta de instruções corretivas àquela Igreja? Onde estava Pedro que não instruía os romanos sobre a justificação pela fé?
- Entre os anos 60-61 Paulo chega preso em Roma (At. 28:11,31), Lucas registra que os irmãos foram vê-lo (At. 28:15). Mas onde estava Pedro que não foi receber seu colega de ministério?
- Suetonius Tranquillus, pagão, na Biografia do Imperador Cláudio, diz: “Judacos, impulsore Cresto, assidue tumultuantes Roma expulit”. Quer dizer: – O Imperador Cláudio expulsou de Roma os Judeus que viviam em contínuas desavenças por causa de um certo Cresto (Cristo). Ora, Cláudio foi Imperador desde o ano de 41 até 54. Logo, durante esses treze anos não era possível que Pedro residisse em Roma.
No Capítulo 18 dos Atos dos Apóstolos, lemos que Paulo, depois do célebre discurso no Areópago, seguiu para Corinto, onde se encontrou com Áquila e sua esposa Priscila, recentemente chegados de Itália, pelo motivo de Cláudio Imperador ter mandado sair de Roma a todos os judeus. Ora, este encontro do Apóstolo deu-se no correr da sua segunda viagem apostólica, isto é, entre os anos de 52 a 54. Logo, ainda nesses anos Cláudio não permitia a permanência de judeus em Roma. Como ficaria lá São Pedro, que, como Apóstolo, devia necessariamente chamar a atenção geral sobre sua pessoa?
- Se Pedro estivesse em Roma no ano 60 como afirma a tradição, como então deve se entender as palavras de Jesus a Paulo em Atos 23:11 que diz: “Importa que dês testemunho de Mim também em Roma.” Ora, onde estava Pedro “o Papa” da cristandade que não tornava conhecido o nome de Jesus nesta cidade ?
- Paulo foi a Roma a primeira vez prisioneiro, em virtude de haver apelado para o Tribunal de César, pelos anos de 60 ou 61, lá não encontrando cristãos entre os judeus. Ora, se S. Pedro estivesse em Roma pregando exclusivamente aos judeus como nos garante Eusébio, como se pode explicar a ignorância dos principais judeus de Roma, que disseram a Paulo: “Quereríamos ouvir da tua boca o que pensas, porque o que nós sabemos desta Seita (dos Cristãos) é que em toda parte a combatem”. Então Pedro, durante dezoito anos, poderia permanecer desconhecido dos principais judeus de Roma? Ele, a quem fora confiado o Ministério aos circuncidados no dizer de Paulo (Gal. 3,7-10) e de Eusébio Pámphili?
- Ora, mas se Pedro estivesse preso, não seria esta a razão de sua omissão? Neste caso Paulo seria relapso em não registrar este fato como fez com seus demais companheiros de prisão (cf. Colossenses 4:10 – Filemon 23).
- Dizem os estudiosos católicos que Pedro morreu no reinado de Nero em 69 d.c, outros colocam o ano de 67, e ainda outros 64. A tradição diz que ele exerceu o episcopado durante 25 anos. Subtraindo 25 de 69 chegamos ao ano de 44 onde afirma a tradição que Pedro chegou a Roma (Hist. Ecl. II – XIV) Esta tese encontra duas grandes dificuldades: A primeira é que o edito de Nero expulsando os judeus durou de 42 até 54, motivo também da expulsão de Áquila e Priscila. Pedro não seria exceção tampouco! A segunda é que no ano 45, Pedro escreve sua primeira epistola, e que por sinal não era de Roma, mas de “Babilônia”, cidade existente naqueles dias (I Pedro 5:13).
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- Se Roma tem a primazia por ser supostamente considerada a cidade em que Pedro alegadamente exerceu seu ministério, então razão maior deveria ser dada a Antioquia, pois diz a mesma tradição que antes de Pedro ir para Roma exerceu primeiro seu episcopado em Antioquia deixando lá seus sucessores: Evódio e Inácio.
- Porque estudiosos católicos como Rivaux, Fank, Hughes e Daniel Rops se contradizeram ao fazer as listas dos bispos de Roma já que usaram a mesma tradição como fonte?
Por tais razões, divergimos do Profº Moézio de Vasconcelos quanto à origem do papado.
O segundo tema que decidimos abordar é o relativo ao perfil do pontificado de Bento XVI, tanto no que tange ao relacionamento com as demais denominações cristãs (ecumenismo), como, também, quanto a temas ligados a descobertas científicas, mormente questões ligadas à bioética, aborto e liberalismo sexual.
A doutrina religiosa não é norma de cultura.
Diante da sucessão papal que ganhou grande destaque na mídia mundial, alguns assuntos atinentes ao comportamento da Igreja Católica (IC) quanto a sua doutrina vieram à tona, haja vista que somente com uma alternância do dirigente dessa superestrutura político-religiosa pode-se vislumbrar uma mudança de estilo e, até mesmo, a possibilidade de incorporar novas posturas que importem na aceitação de situações até então consideradas ou como sacrílegas ou como heterodoxas à tradição da Igreja Católica, tais como o casamento homossexual e a ordenação de sacerdotisas, respectivamente.
De um modo geral a sociedade civil, mormente jornalistas, políticos e lideranças, emitem suas opiniões no sentido de que Roma precisa mudar e acompanhar os novos modismos sociais, vez que a IC estaria “démodé” e desinteressante para o rebanho, motivo pelo qual estaria perdendo tantos adeptos pelo mundo afora. Basta digitar no Google (principal site de busca da web) a expressão entre aspas: “a igreja católica está perdendo adeptos” que se verificará que tal idéia é bastante difundida. Ou seja, a sociedade ao que parece alienada no que concerne à Palavra de Deus, quer lidar com a IC como quem lida com uma empresa ou um clube social, cujos sócios, descontentes com a administração atual, exigem mudanças na política administrativa, achando que a doutrina religiosa se comporta como as regras jurídicas que se adaptam aos novos valores da sociedade sob pena de não pacificarem os ânimos que naturalmente se inflamam ante a contraposição de interesses individuais, como se norma de cultura fosse. Ledo engano.
Ora, acredita a IC que seus dogmas e tradições têm inspiração divina e que os ensinamentos contidos na bíblia também foram inspirados por Deus, de sorte que, se assim crê, é evidente que a sua doutrina não pode estar em negociação com o “mundo”. As pessoas, no entanto, ignorantes de que é preciso ser muito mais que “boazinhas” para agradar a Deus, acham que a Palavra de Deus pode ser negociada e que o “radicalismo” é coisa de uma igreja retrógrada. Em contrapartida, a Bíblia nos ensina no livro de Mateus 24: 25, que “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”, deixando claro que a palavra de Deus não vai se adequar aos caprichos do homem. Se a Bíblia diz que o homem divorciado que se casa novamente comete adultério (salvo se por motivo de traição ou abandono), é porque isso é válido para sempre. Se a Bíblia afirma que os homossexuais, os feiticeiros, os mentirosos e os idólatras não entrarão no céu, isso vale para sempre! Não há o que se negociar. Note-se que os maiores defensores de uma abertura da Igreja são os mais descomprometidos com o Evangelho. Na verdade, eles querem uma igreja mundana, que tolere a embriaguez, o adultério, a fornicação, as conversas concupiscentes e que se conforme com a ida à missa dominical uma ou duas vezes ao mês, contando os minutos para que acabe logo, achando que Deus olha para o exterior esquecendo do coração.
Eles querem uma igreja que sirva aos seus interesses. Dizem eles: “Deus, eu sei que Tu existes, mas, ficas aí que eu fico aqui, tá bom? Não se preocupe que eu sou bonzinho, não faço mal a ninguém, sou honesto, pago minhas contas em dia, não dou calote em ninguém, dou esmola de vez em quando, contudo, não abro mão da minha cervejinha, e de minhas puladas de cerca para “renovar o casamento”… Ah, sim! Gosto também de conversar sobre pornografia, mas, é tudo muito sadio! De vez em quando eu minto, dou vazão à ira, ou sinto uma pontinha de inveja, ou desejo por uma garota bonita que passou por mim, enfim, esses pecadinhos que não são nem pecados, é ou não é, afinal, a carne é fraca!” Não se preocupe! Qualquer coisa eu Te chamo.” Ou seja, as pessoas querem criar uma doutrina pessoal como se estivessem num self-service doutrinário, em outras palavras, vão concordando com o que lhes agrada chegando mesmo a um sincretismo religioso, unindo ingredientes de várias doutrinas, de modo que com aquilo que vai de encontro aos seus vícios carnais ou ao puro intelecto, estes vão sendo excluídos do prato ou nem sequer para o prato vão. O que Cristo disse somente tem validade até onde a pessoa concorda. A partir do momento que o evangelho entra em choque com a tal da “cervejinha”, com a permanência na ignorância bíblica, com a inanição de orações e com a não santificação: me desculpe mas Jesus não disse isso – ou simplesmente: isso é fanatismo.
Vê-se, portanto, que a ignorância da sociedade civil acerca do cristianismo tem sido a causa de várias distorções, tornando o Papa o alvo principal da sandice generalizada. Acho até possível que a IC possa negociar algumas regras, tais como o celibato, diante de tantos escândalos protagonizados por parcela significativa de seus sacerdotes, contudo, faço votos de que o que for bíblico jamais entre em negociação.
A questão da manipulação de células-tronco embrionárias.
Ora, questões relativas a pesquisas científicas, tais como células-tronco nada mais são do que a constatação de que a ciência apenas atesta o que a Bíblia diz. A ciência já sabe, por exemplo, que o sucesso nos procedimentos para regeneração de tecidos e outros mais que se utilizam de células-tronco, são satisfatório com as células-tronco adultas. Os procedimentos que utilizaram as embrionárias, ao contrário, vêm causando reações extremamente negativas, sendo, hoje, condenados por boa parte da medicina genética, conforme exposição feita na Audiência Pública realizada pelo Supremo Tribunal Federal em razão da Ação de Inconstitucionalidade interposta contra a Lei de Biossegurança que passou a viger há pouco tempo. Conforme o Profº Moezio de Vasconcelos afirma, o cristianismo não se coaduna com a idéia de que a vida começa em outro momento que não o da concepção, ou seja, quando as células germinais do homem se juntam às da mulher, de modo que manipular tais vidas, ainda que conservadas em nitrogênio líquido, nada mais é do que uma afronta a própria vida, assistindo razão ao Vaticano. Para maiores informações acerca do assunto, indicamos o site católico www.universocatolico.com.br, onde é registrada boa argumentação contra as pesquisas com células-tronco embrionárias.
Acerca do aborto.
Já no que tange ao aborto, é preciso que se tenha em mente que o feto não é um prolongamento da mãe, muito menos um agente passivo da gestação, mas, sim, o agente ativo, com individualidade própria, com carga genética própria, tendo como diferença, tão somente, o ambiente em que vive, pois que o seu é intra-uterino. Mulher ou homem algum tem o direito de sentenciar sobre retirar a vida de alguém, somente o Criador desta vida pode assim proceder. Filhos há que, embora gerados dentro de uma relação de amor, tornam-se verdadeira maldição para a família; outros, porém, que frutos de um estupro podem vir a ser uma bênção para todos.
A fim de não perdemos os detalhes preciosos com que o assunto “aborto” foi abordado, transcrevemos ipsis literis argumentação, ainda que extensa, encontrada no site Centro Apologético Cristão de Pesquisas em interessante artigo intitulado “Aborto: Tragédia ou Direito”, de Júlio Severo :
Em vez de aliviar a angústia psicológica das vítimas de violência sexual, o aborto traz mais angústia. O Dr. Reardon, que é especialista em questões pós-aborto, diz: “A evidência mostra que o aborto aumenta os traumas e o risco de suicídio. Mas o ato de deixar a criança nascer reduz esses riscos”. Nos casos de incesto, as vítimas que engravidam são muitas vezes meninas novas e não estão devidamente conscientes de seu estado de gravidez. O Dr. Reardon diz que tal situação as deixa vulneráveis a profundos traumas psicológicos quando, anos mais tarde, elas percebem o que aconteceu.
A própria experiência do aborto, física e emocionalmente, pesa na mulher tanto quanto o trauma do estupro. O trauma maior é que, embora saiba que não teve culpa no estupro, ela sente-se responsável pelo aborto, até mesmo quando ela consente sob pressão. Algumas das conseqüências que um aborto deliberado traz:
Síndrome Pós-Aborto: Um estudo realizado pela Dra. Brenda Major, que é a favor do aborto, constatou que, em média, as mulheres relataram não ter recebido nenhum benefício de um aborto. Abuso de drogas e álcool: Mulheres que realizaram um aborto têm quase 3 vezes mais risco de usar drogas ou álcool do que mulheres que não abortaram. Mulheres que nunca usaram drogas ou álcool e abortaram seu primeiro bebê têm 5 vezes mais risco de começar a usar drogas ou álcool em comparação com mulheres que tiveram seus bebês. Vinte por cento relataram ter começado a usar drogas ou álcool um ano depois do aborto, e 67 por cento disseram ter começado num período de 3 anos.
Taxas de mortalidade: Um estudo feito na Finlândia revelou que as mulheres que fizeram aborto tiveram 252 por cento mais chance de morrer no mesmo ano em comparação com mulheres que tiveram seus bebês. Em comparação com mulheres que deram à luz, as chances de morrer dentro de um ano após um aborto foram 1.63 para morte de causas naturais, 4.24 para mortes de ferimentos relacionados a acidentes, 6.46 para mortes em conseqüência de suicídio e 13.97 para mortes em conseqüência de assassinato.
Vítimas de estupro e incesto: O Dr. Reardon revela que das 50 vítimas de estupro que expressaram seus sentimentos sobre o aborto que realizaram, 88 por cento declararam que foi uma escolha errada. Quarenta e três por cento das vítimas de estupro avaliadas relataram que fizeram aborto por pressão dos outros. Mais de 90 por cento disseram que desaconselhariam outras vítimas de violência sexual a realizar um aborto.
O Dr. Reardon menciona um estudo que mostra que as mulheres que fazem aborto têm uma probabilidade duas vezes maior de ter partos antes ou depois do tempo, levando assim a defeito de nascença. Ele também comenta que filhos de mulheres que já fizeram aborto tendem a ter mais problemas de comportamento.
Câncer de mama: De acordo com o livro Breast Cancer (Câncer de mama), do Dr. Chris Kahlenborn, a mulher que realiza um aborto tem 2 vezes mais probabilidade de sofrer o câncer de mama.
De que modo a vida traz cura
Kay Zibolsky é fundadora da Liga Vida Depois da Agressão e oferece aconselhamento por experiência. Quando tinha 16 anos, Kay foi estuprada numa noite fria e escura por um homem estranho que ela nem mesmo conseguiu ver. Ela guardou o segredo do estupro, mesmo quando percebeu que estava grávida. “Minha mãe me ajudou a atravessar o trauma do estupro, mesmo sem saber que era um estupro, aceitando minha gravidez e dando toda ajuda que ela podia”, diz Kay. “Eu poderia ter questionado se o ato violento e cruel do estupro desculpava o ato violento e cruel de destruir um bebê inocente. Escolhi pensar na parte do bebê que era minha parte”.
Ela deu à luz uma filha e lhe deu o nome de Robin. Hoje Kay tem Jesus na sua vida, é casada e tem outros filhos. Ela agora usa sua experiência para aconselhar milhares de mulheres vítimas de estupro e incesto, inclusive muitas que engravidaram. Ela conta: “Digo a elas que não é pecado ser estuprada. Estuprar é que é pecado.
Isso joga a culpa onde tem de ser jogada. Digo que pecado é matar a criança concebida num estupro ou incesto. Se fizer um aborto, você terá de mais cedo ou mais tarde de lidar com esse pecado.”
Kathleen DeZeeuw, que foi estuprada na adolescência, dá o seguinte depoimento: “Vivi uma experiência de estupro e criei um filho ‘concebido no estupro’. Por isso, sinto-me pessoalmente agredida e insultada toda vez que ouço dizerem que o aborto deve ser legal por causa do estupro e incesto.
Sinto que estamos sendo usadas para promover a questão do aborto… Hoje trabalho como conselheira e muitas vezes uma jovem me pergunta: ‘Mas você não entende! Como você poderia realmente compreender?’ Dou meu testemunho, de como Deus usou até mesmo uma situação de estupro e a transformou para a Sua glória”.
Hoje o filho de Kathleen é casado e se dedica ao chamado missionário. Ele diz: “Como alguém concebido num estupro, tenho um modo especial de ver a questão do aborto. Se o aborto fosse legal na época em que fui concebido, eu não estaria vivo. Jamais teria tido a chance de amar e de me dar aos outros. Tenho tido oportunidades maravilhosas de dar meu testemunho também. Toda vez que alguém diz: ‘Mas e nos casos de estupro?’ Tenho a resposta perfeita!”
Um dos testemunhos mais tocantes é o de Myra Wattinger. Ela e o marido haviam se divorciado havia pouco tempo e, como seus pais haviam falecido quando ela era adolescente, ela estava sem recursos e não tinha a quem recorrer. Então ela arranjou um emprego para cuidar de um homem idoso.
Certo dia, enquanto ela estava só na casa, um dos filhos alcoólatra do homem a estuprou. Nessa situação, ela se sentiu abandonada e chegou a pensar que Deus não a amava. Mas, para piorar tudo, ela descobriu que engravidara. Ela não tinha condições de sustentar uma criança e não estava disposta a cuidar de um bebê concebido num ato de tanta humilhação e violência. Ela procurou um médico disposto a fazer seu aborto, mas não encontrou.
A solução parecia ser uma só: suicídio. No exato momento em que essa idéia apareceu, surgiu em seu espírito a necessidade de orar. Ela olhou para o céu e clamou: “Senhor, estou carregando essa criança e não sei o que fazer”. Ela nunca teve certeza se a voz era audível ou não, porém sentiu Deus lhe dizendo: “Tenha o bebê. Ele trará alegria ao mundo”.
Essas duas frases dissiparam todos os pensamentos de suicídio e de aborto. Hoje, seu filho, James Robison, é um evangelista com um ministério que tem alcançado e abençoado milhões de pessoas. Sem dúvida, o que Deus disse a Jeremias também se aplica ao evangelista Robison: “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta”. (Jeremias 1:5 RC)
A luta de Roma por esta causa é louvável, sem dúvida alguma, da mesma forma quando se preocupa com o liberalismo sexual, cuja refutação é desnecessária porquanto falam por si só os males que tem causado, tanto no que tange à proliferação de doenças quanto ao término de casamentos e o ensejo de concepções indesejadas, inclusive em garotas que mal saíram da infância. Em suma, morte e infelicidade tem causado o liberalismo sexual. É nocivo, imoral e pecaminoso.
A questão da aproximação com as demais religiões.
Outro aspecto que merece toda atenção é a questão do ecumenismo, vista por Bento XVI com muita cautela, ao contrário de seu antecessor. A imprensa, de um modo geral, em sua ignorância acerca da Palavra de Deus, insiste que o líder atual da IC deva continuar com a aproximação entre as religiões proposta por João Paulo II, “buscando o diálogo”. Deixando claro que não pregamos a intolerância, muito menos a religiosa, somos forçados, outrossim, a fazer a seguinte pergunta: qual a utilidade de tal aproximação? Ora, se fosse para evangelizar o mundo seria ótimo, a final de contas quando Jesus se aproximava do pecador ou do enfermo ele não se contaminava nem com a doença e nem com o pecado, mas pregava o arrependimento e anunciava algo novo no intuito de dizer que o reino dos céus havia chegado. Ou seja, Jesus nunca se reuniu com líderes de outros credos para simplesmente rirem um paro o outro, trocarem afagos e dizer que toda religião é válida. Na verdade, Jesus não perdia a oportunidade de evangelizar o pecador. Aliás, a sua afirmativa (muito conhecida) sobre a salvação é assaz categórica, não deixando margem a qualquer dúvida, ei-la: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai senão por mim (Jo 14:16). Nesse sentido, ou se aceita a Jesus Cristo de Nazaré como Senhor e Salvador de sua vida, ou não há chance de salvação. O respeito e a tolerância entre as religiões devem ser mantidos, mais que isso, não passa de promiscuidade perigosa.
É difícil entender como poderíamos nos unir em oração numa situação em que num mesmo local várias pessoas estariam, ao mesmo tempo, invocando cada qual seu deus ou deuses quando nós sabemos que só há um Deus e que só há um plano de salvação. Tal idéia é, no mínimo, estapafúrdia e totalmente sem base bíblica. É um absurdo não só do ponto de vista teológico, como também, filosófico, porquanto acutila o princípio lógico da não contradição. Sobre questões envolvendo gosto, preferências, qualquer opção é válida, contudo, quando a questão envolve a realidade, não podemos ter opiniões antagônicas igualmente válidas, porquanto isto seria algo contraditório, ou seja, não se pode dizer que o universo foi criado e ao mesmo tempo ser verdadeiro que ele seja eterno, ou que existe apenas um Criador de tudo o que há e ser igualmente verdadeiro que existem vários criadores. Neste sentido, as religiões não podem estar todas corretas, uma vez que cada uma defende doutrinas diferentes acerca da realidade (salvacionismo e reencarnacionismo, por exemplo), de modo que somente uma Revelação poderá ser verdadeira (GEISLER E BOCCHINO:2003), e nós, enquanto cristãos, acreditamos que a Revelação de Deus está em sessenta e seis livros que compõem a Bíblia e não em 72 como defende a Igreja Católica.
O que a sociedade não percebeu é que a IC não está perdendo adeptos pelo fato de ser intransigente com o mundo. Ora, se o mundo jaz no maligno, é claro que não se deve transigir com este mundo cruel. Se, por ventura, o argumento de que a IC estaria perdendo adeptos pelo fato de ela está “antiquada” fosse verdadeiro, as igrejas cristãs reformadas (ou evangélicas) já não existiriam, haja vista serem mais conservadoras para com o que ensina a Bíblia do que a IC. Lembremos que da mesma forma que a IC não apóia a união homossexual, as igrejas cristãs reformadas também não apóiam. O mesmo acontecendo com o divórcio. Aquele que se casa de novo, após se divorciar sem ser por motivo de adultério ou abandono, segundo as Escrituras, comete adultério. Como então a IC poderia aprovar que o adúltero pudesse participar da eucaristia que, para esta igreja, é o momento mais importante da missa estando ele em pecado consciente e sem arrependimento, ou que esta mesma pessoa desempenhasse alguma função dentro da igreja?
Se, por acaso, negociar com o mundo fosse motivo de sucesso, com toda certeza as igrejas cristãs reformadas já teriam sucumbido, todavia, é justamente o contrário que ocorre. No Brasil os evangélicos já são mais de 30 (trinta) milhões, um número que não para de crescer. Sem dúvida, o católico deixa o catolicismo, a partir do momento em que observa situações freqüentes em determinadas igrejas, por exemplo, como as seguintes: a) a igreja que ele freqüenta admite fazer um casamento em que apenas um dos noivos é cristão; b) que após a cerimônia todos irão se refestelar com bebidas alcoólicas e danças sensuais, com músicas, muitas vezes, de duplo sentido; c) quando não fortalece o seu rebanho na doutrina cristã, não só pregando para ele, mas, também fazendo com que ele leia as Escrituras (“o meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento” Os. 4:6), não só para conhecer mais sobre o Deus a quem serve, como para defender a sua fé contra os demais ventos de doutrina. Quando todos esses fatores se conjugam, a pessoa não entende o compromisso que deve assumir com Deus, e conseqüentemente, a carne se fortalece em detrimento do espírito, e acaba se afastando da igreja, achando que seu compromisso para com Deus é simplesmente ser “bonzinho”: não roubar e não matar, não passar cheque sem fundo… o resto pode, inclusive desejar a mulher do próximo.
Pensam que existe diferença entre a mentira e a mentirinha, a cervejada e a cervejinha, a corrupção ativa e a passiva. Ademais, como não compreendem a mensagem do Antigo e do Novo Testamento, não têm condições de enxergar que o Cristianismo não se harmoniza com a reencarnação (Hebreus 9:27), com a adivinhação (Deuteronômio, 18: 9-12), a consulta aos mortos (Isaías 8:19; Levítico 20:6), a reverência e adoração a imagens de seres humanos (Ezequiel 16:17), a mediação de pessoas mortas (os chamados santos católicos) que segundo a Igreja Católica seriam mediadores entre Deus e o homem, o que se choca frontalmente com o que está escrito em 1Timóteo, 2: 5: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus.
Sobre o ecumenismo com as demais denominações cristãs.
Quanto ao ecumenismo em relação à igreja ortodoxa e protestante, acredito que nunca irá prosperar, pelo menos no que concerne à protestante. Há um imenso abismo separando ambas as igrejas, e os motivos das diferenças já foram expostos há muitos séculos sem que tenha havido qualquer mudança nesse panorama, até mesmo porque qualquer aproximação promovida pelo Vaticano objetivará sempre colocar a Igreja Católica como líder da cristandade. No Concílio de Trento os reformadores foram chamados de hereges, hoje, são chamados de irmãos separados, ou seja, a idéia do Vaticano é que a igreja reformada precisa retornar, o que deixa claro que a sua intenção não é abdicar dos seus dogmas, mas impor a sua doutrina às demais denominações, uma vez que somente no catolicismo haveria uma sucessão apostólica desde Pedro até o atual Papa, identificando-a como a única igreja legada por Cristo, o que é um grande equívoco conforme o já exposto. Nos dizeres do Bispo de Taubaté, Dom Antonio Afonso de Miranda, S.D.N. (1995):
A nossa fé católica tem, assim, um ponto fundamental de apoio: a sucessão apostólica. Para validade do ministério humano-divino exercido dentro da Igreja instituída por Cristo, deve haver um elo histórico de sucessão aos apóstolos; onde se rompeu este elo, cessou o ministério, cessou o ministério legítimo e a ligação com o Senhor que salva. É o caso das nossas irmãs Igrejas ditas “cristãs”, porém não-católicas, porque não são apostólicas.
Por isso, cremos que a união à Igreja Católica, efetivada somente através da sucessão dos apóstolos, é garantia ordinária de remissão de pecados, de vida em graça e penhor de salvação.
É preciso que ninguém se engane: Cristo jamais foi católico, protestante ou ortodoxo. Cristo é o caminho, a verdade e a vida, e é por ele que se obtém salvação, e não por instituição alguma. De fato, há um abismo existente entre as igrejas reformadas e a católica, pois são muitos os pontos de divergência, tais como: intermediação e assunção de Maria, petições dirigidas a pessoas mortas (os chamados santos católicos), purgatório, distribuição de sacramentos, transubstanciação do pão e do vinho, veneração de imagens, penitências, etc., dogmas que são refratários à doutrina ensinada pelas igrejas reformadas e pelos apóstolos e pais da igreja.
Por tais razões, a letra “d” e “e”: O Primado Salvífico da Igreja Católica, temos que, pelo já exposto acerca do surgimento do movimento católico e da própria instituição do papado, torna-se desnecessária nova abordagem.
- CONCLUSÃO
Do ponto de vista literário, o artigo escrito pelo Profº Moézio de Vasconcelos é irretocável, haja vista a elegância na utilização do vernáculo, bem como a forma didática de abordagem do assunto, algo raro de se ver no atual jornalismo alagoano, não à toa é membro efetivo da Academia Penedense de Letras. Corroboramos, também, com o ponto de vista romano trazido pelo articulista em relação à proibição de pesquisas com células-tronco embrionárias, liberalismo sexual e proibição do aborto.
Todavia, fomos discordantes em algumas passagens. Nesse sentido, as ressalvas que defendemos se situaram em terreno histórico, o que, inevitavelmente, veio a resvalar em algumas questões de doutrina da Igreja Católica (embora a presente crítica não tenha um objetivo apologético), conforme o que foi defendido no decorrer desta crítica, como, por exemplo, a instituição do papado, cuja força decorre da crença em uma sucessão ininterrupta iniciada pelo apóstolo Pedro até o atual mandatário do Vaticano, o que discordamos veementemente pelos motivos sobejamente vergastados.
- FONTES CONSULTADAS:
- Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.São Paulo: 2005.
- GEISLER, Norman e BOCCHINO, Peter. Fundamentos Inabaláveis: resposta aos maiores questionamentos contemporâneos da fé cristã – Editora Vida, São Paulo: 2003.
- NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. 12ª ed. Cultura Cristã: São Paulo: 2004.
- TAVARES BETTENCOURT, Estevão. Crenças, religiões, igrejas & seitas: quem são. Revista “O Mensageiro de Santo Antônio”, coletâneas de artigos publicados no período de 1989 a 1995, 2ª edição, Santo André/SP: 1995.
- SITES CONSULTADOS:
MARTINEZ, Flávio e DA SILVA, Paulo Cristiano. Sucessão Papal;
SEVERO, Júlio. Aborto: Tragédia ou Direito.
- universocatolico.com.br